31 outubro 2007

O delírio de Dawkins

Por Davi Lago
O cristianismo tem sido duramente atacado por homens como o cientista Richard Dawkins, que é hoje o maior porta-voz do ateísmo do mundo, conhecido também como o “rottweiler de Darwin”.
Dawkins é evolucionista, zoólogo, etólogo, professor na Universidade de Oxford. É autor de vários livros que combatem a religião. Sua última obra é o best-seller “Deus, um delírio”. Ele prega o ateísmo contundentemente. Recentemente iniciou uma batalha pela defesa do ateísmo nas escolas britânicas.
Mas se existe um Richard Dawkins para pregar o ateísmo, há vários intelectuais cristãos de peso e renome internacional na atualidade que pregam o evangelho energicamente. Temos na nossa artilharia R.C. Sproul, Ravi Zacharias, Norman Geisler, William Lane Craig, Nancy Pearcy, Os Guiness.
Outro fuzileiro do céu é o ex-ateu Alister McGrath, professor de teologia histórica da Universidade de Oxford. Ele possui doutorados em biofísica molecular e em teologia pela Oxford. Seu último livro chama-se “O delírio de Dawkins”, onde ele refuta as divagações tolas de Dawkins.
Neste livro Alister revela sua perplexidade pela guinada irracional de seu colega de Oxford, não tanto pelo ateísmo em si, mas pela absoluta inconsistência de seus argumentos, aliados à intolerância desmedida.
Francis Collins, diretor do Projeto Genoma, comenta sobre o livro: “Alister desmantela o argumento de que a ciência deve levar ao ateísmo. McGrath demonstra como Richard Dawkins abandonou sua usual racionalidade para abraçar o amargo e dogmático manifesto do ateísmo fundamentalista”. O próprio Collins também escreveu o livro “A linguagem de Deus”, onde apresenta evidências da existência de Deus.

22 outubro 2007

A angústia de Habacuque

por Davi Lago
O nome Habacuque não aparece em nenhuma outra parte da Bíblia. Ele significa “abraçar” ou “lutar”. Pouco se sabe sobre o profeta. É possível que ele tenha sido um músico do templo, pelo que se percebe no verso final “Para o mestre de música, Para os meus instrumentos de cordas”.
A data do livro pode ser calculada com base do verso 1.6, onde Habacuque fala sobre o iminente ataque da Babilônia (os “caldeus”) contra Judá. Isso situa o livro perto do fim do reinado de Josias (640-609 a.C.), ou início de Jeoaquim (609-598 a.C.). Como Jeremias, Habacuque provavelmente viveu para ver o cumprimento de sua profecia (597 a.C.).
A profecia de Habacuque é um diálogo com Deus. O profeta, como a maioria dos crentes, vive um período onde questiona Deus. Habacuque estava atormentado com a seguinte pergunta: por que Deus tolera a injustiça? (1.2-4). Ele estava angustiado ao ver tanta iniqüidade ao seu redor, e ver que Deus aparentemente não se incomodava com aquilo.
O Senhor então responde Habacuque dizendo que Judá pagaria por aqueles pecados: a nação seria dominada pela Babilônia (1.5-11). Neste momento a angustia de Habacuque aumenta. A cura parecia pior que a doença. Como Deus pode usar a nação perversa da Babilônia para disciplinar o povo de Judá? (1.12-13).
Mas em seguida o Senhor novamente responde ao profeta assegurando que Babilônia também não ficará sem punição (2.2-20).
Neste ponto o profeta entende que entre o atual pecado do mundo e o juízo final do Senhor, o justo viverá pela fé (2.4). Os crentes devem viver em total dependência do Senhor, baseada na sua fidelidade. As promessas de Deus são infalíveis. Podemos não entender tudo que Deus faz, mas precisamos ter absoluta fé e confiança que nada escapa do seu controle, que Ele jamais erra e que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam. A declaração de Habacuque: “mas o justo viverá pela sua fé” (2.4) é citada três vezes no NT: Em Rm 1.17 onde o foco esta no “justo”; em Gl 3.11 onde o foco está em “como ele deve viver”; e em Hb 10.38 onde o foco está na “fé” propriamente dita. São necessários três livros para explicar e aplica esse único versículo.
Diante da resposta do Senhor, Habacuque se prostra e se coloca sobre os cuidados dele, que nunca falha, ainda que tudo o mais possa falhar. “Mesmo não florescendo a figueira, e não havendo uvas nas videiras, mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral, nem bois nos estábulos, ainda assim eu exaltarei no Senhor e me alegrarei no Deus da mina salvação. O Senhor, o Soberano, é a minha força” (3.17-19).

01 outubro 2007

Jesus, o Messias glorioso - A mensagem do profeta Miquéias

Por Davi Lago


“Mas tu, Belém-Efrata, embora pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel”.
Miquéias 5.2-5.


O nome Miquéias é uma forma abreviada de “Micaías”, que significa “Quem é como o Senhor?”. Ele foi natural de Moresete, localizada 32 km Jerusalém. Foi um profeta do campo que dirigiu sua mensagem à Judá e Israel. Foi contemporâneo de Oséias, Amós e Isaías. Os estudiosos afirmam que Miquéias teve contato com Isaías, já que há grande semelhança em suas profecias, especialmente nas passagens de Is 2.1-4 e Mq 4.1-5. No livro de Jeremias está registrado que o rei Ezequias ficou impressionado com a mensagem de Miquéias (Jr 26.10-19).
Miquéias prediz o julgamento divino contra Israel (Samaria) e Judá (Jerusalém). Essa mensagem se cumpriu em 722 a.C., quando a Assíria derrotou Israel, e em 606-586 a.C., quando os babilônios invadiram Judá, destruíram Jerusalém e o templo e levaram o povo cativo para a Babilônia.

I. Pecado, a tragédia da humanidade
Miquéias denuncia os pecados de Judá e Israel:

1. Idolatria. “Todas as suas imagens esculpidas serão despedaçadas” (1.7)
2. Prostituição. “Destruirei todas as suas imagens. Visto que o que ela ajuntou foi com o ganho da prostituição” (1.7). Em todo o AT a idolatria é comparada à prostituição.
3. Opressão aos pobres e camponeses. “Cobiçam terrenos e se apoderam deles; cobiçam casas e as tomam” (2.2).
4. Ódio ao bem e amor ao mal. (3.2).
5. Ganância, corrupção civil e religiosa. “Seus líderes julgam sob suborno, seus sacerdotes ensinam visando lucro, e seus profetas adivinham em troca de prata.” (3.11).
6. Mentira. “O seu povo é mentiroso e as suas línguas falam enganosamente” (6.12).

II. As terríveis conseqüências do pecado
As conseqüências do pecado são inevitáveis. “Estou planejando contra essa gente uma desgraça, da qual vocês não poderão livrar-se” (2.3). O pecado causa:
1. Humilhação. “Naquele dia vocês serão ridicularizados; zombarão de vocês” (2.4).
2. Escravidão. “Você irá para a Babilônia” (4.10).
3. Sofrimento e ruína. “Por isso, eu mesmo os farei sofrer, e os arruinarei por causa dos seus pecados” (6.13).
4. Insatisfação. “Vocês comerão, mas não ficarão satisfeitos; continuarão de estômago vazio. Vocês ajuntarão, mas nada preservarão... Vocês plantarão, mas não colherão; espremerão azeitonas, mas não se ungirão com o azeite; espremerão uvas, mas não beberão vinho”. (6.14-15).
A Bíblia é clara em afirmar que todos pecaram e estão sujeitos às conseqüências do pecado. “Os piedosos desapareceram do país; não há um justo sequer” (7.2).
III. Jesus, o Salvador do mundo
Mas o profeta garante que o Senhor não abandonou seu povo. Miquéias profetiza a vinda do glorioso Messias, aquele que salvaria o mundo do pecado e o traria de volta para Deus. Messias significa “O Ungido” ou “alguém separado para um serviço especial”. Sua tradução para o grego é “Cristo”. Matthew Henry diz que “esta é, provavelmente a profecia específica mais importante do AT: refere-se ao caráter pessoal do Messias, e à revelação dEle ao mundo”. A profecia de Miquéias se cumpre hoje:
1. Jesus veio de Belém. “Mas tu, Belém-Efrata, embora pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel” (5.2). O Salvador teria origem humilde, viria em humildade. Não nasceu em importantes cidades como Atenas ou Jerusalém.
2. Jesus é o Deus eterno. “Suas origens estão no passado distante, em tempos antigos” (5.2). Jesus saiu da eternidade e entrou na história humana, enviado pelo Pai para morrer pelos pecados do mundo. Jesus é a glória de Deus.
3. Jesus foi verdadeiro homem. “Por isso os israelitas serão abandonados até que aquela que está em trabalho de parto dê a luz” (5.3). Neste trecho há uma referência a Maria, a mãe de Jesus Cristo. Deus criou o homem do pó à sua imagem e semelhança, agora Deus fez-se homem e habitou com os homens.
4. Jesus nos resgatou do abandono. “Por isso os israelitas serão abandonados até que aquela que está em trabalho de parto dê a luz” (5.3). Sem Jesus estamos abandonados e perdidos.
5. Jesus nos pastoreia na força do Senhor. “Ele se estabelecerá e os pastoreará na força do Senhor (5.4). Jesus é o Bom Pastor.
6. Jesus se estabeleceu na majestade do nome do Senhor. “Na majestade do nome do Senhor, o seu Deus” (5.4).
7. Jesus nos protege para sempre. “E eles viverão em segurança” (5.4).
8. Jesus, o Rei dos reis nos traz a paz e reina soberano em toda terra para todo o sempre. “Pois a grandeza dele alcançará os confins da terra. Ele será a sua paz” (5.5). Desde 36 a.C. já ocorreram aproximadamente 15 mil guerras. Mas Cristo é a solução para a desgraça, ele é o Príncipe da paz. Ele estabeleceu a paz entre Deus e os homens quando derramou seu sangue na cruz (Ef 2.15-16); Ele é a nossa paz (Ef 2.14); Ele traz paz ao coração, no novo nascimento (Rm 5.1; Jo 14.27). Não há paz em nenhum outro lugar: Ioga, Meditação, Nova Era, no escapismo das drogas ou do álcool. O mundo não pode roubar esta paz.
Cristo é a glória de Deus, é o Rei de toda terra.

Conclusão
Miquéias encerra sua poderosa profecia: “Quem é comparável a ti, ó Deus, que perdoas o pecado e esqueces a transgressão do remanescente da sua herança? Tu, que não permaneces irado para sempre, mas tens prazer em mostrar amor. De novo terás compaixão de nós; pisarás as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Mostrarás fidelidade a Jacó, e bondade a Abraão, conforme prometeste sob juramento aos nossos antepassados, na antiguidade” (7.18-20).