19 maio 2008

Decepcionados com Deus por causa da igreja

Por Davi Lago
Muitos se decepcionam com Deus porque se decepcionam com a igreja. São pessoas que sofrem alguma decepção com a igreja e colocam a culpa em Deus. Existem entre 30 e 35 milhões de evangélicos no Brasil hoje. Mas as mesmas pesquisas revelam que há um número parecido de pessoas que já passaram alguma vez pela igreja, e a abandonaram. É inegável que há uma grande porta aberta nos fundos das igrejas evangélicas brasileiras.
Muitos estão decepcionados com os efeitos da teologia da prosperidade. São frases famosas em nossos dias: “templo é dinheiro”; “pequenas igrejas, grandes negócios”; “se Jesus é o caminho, Edir Macedo é o pedágio”. Devido aos inúmeros escândalos de corrupção de pastores evangélicos, muitos se decepcionaram com Deus.
Outros estão cansados da hipocrisia dos cristãos. Gandhi já dizia: “Eu seria cristão sem nenhuma dúvida, se os cristãos o fossem 24 horas por dia”. Li uma definição de cristão: “aquele que se arrepende domingo pelo que fez sábado e pelo que vai fazer na segunda-feira”. A hipocrisia e falta de santidade de vários crentes, tem levado muitas pessoas a decepcionar-se com Deus.
A falta de poder espiritual é outro problema sério. As pessoas vão às igrejas em busca de renovação espiritual através do Espírito Santo, e só encontram palavras de auto-ajuda. Falta unção nos cultos. Essa foi a decepção do pai do menino lunático citado em Mateus 17. Aquele homem pediu para os discípulos de Jesus que orassem e expulsassem o demônio que atormentava seu filho, mas eles não conseguiram fazê-lo.
As atrocidades cometidas pela igreja também levam muitos a abandonarem Deus. Matanças nas Idade Média, assassinatos e intolerância em nome de Deus. Ainda existem várias outras coisas que podem decepcionar alguém com a igreja: ser maltratado pelo pastor; ouvir sermões sem conteúdo; participar de cultos sem vida e alegria.
O fato é que muitas pessoas hoje, pensam que “quanto mais perto da igreja, mais longe de Deus”.

11 maio 2008

Davi e Natália




05 maio 2008

A missão do universitário cristão - entrevista para Jornal da Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo

por Davi Lago

1) Como o jovem cristão deve proceder em meio a teorias anti-cristãs e professores ateus com idéias completamente opostas aos conceitos bíblicos?
O cristão tem que enfrentar os duros ataques das vãs filosofias. Deus é zombado pelo ateísmo, pelo existencialismo, evolucionismo, marxismo e uma torrente de filosofias enganosas.
O cristianismo tem sido duramente atacado por homens como o cientista Richard Dawkins, que é hoje o maior porta-voz do ateísmo do mundo, conhecido também como o “rottweiler de Darwin”.
Dawkins é evolucionista, zoólogo, etólogo, professor na Universidade de Oxford. É autor de vários livros que combatem a religião. Sua última obra é o best-seller “Deus, um delírio”. Ele prega o ateísmo contundentemente. Recentemente iniciou uma batalha pela defesa do ateísmo nas escolas britânicas.
Esse tipo de crítica feroz a Deus existe nas universidades, bem como as críticas a Jesus Cristo. No diretório acadêmico do curso de História da minha universidade, as paredes estão todas pichadas. A maior de todas é um rosto de Jesus, escrito em cima: “Procura-se terrorista”. Entre várias besteiras que já ouvi, um de meus professores disse certa vez: “o martírio de Cristo não é nada perto do que um grande pensador pode fazer”.
Participei de um debate promovido pelo curso de Pedagogia. Eu representava a igreja evangélica e uma outra mulher representava a igreja católica. Depois de um extenso debate, a última pergunta foi: “quem é Jesus para vocês?”. Para minha surpresa a mulher disse: “Jesus foi uma grande vítima do sistema!”.
Esse é o tipo de pensamento que as pessoas têm sobre Jesus. Ele é apenas mais um. Ele é uma opção entre várias outras. Este é o pensamento pluralista-relativista que é uma das características principais da nossa sociedade pós-moderna.
A Bíblia também é atacada. Colegas de sala do meu irmão pegaram a Bíblia dele esta semana e começaram zombar: “Vamos ler alguma coisa neste livro aqui... olha só! ‘Jesus multiplica os pães’... Tenha a santa paciência! Como é que você acredita nesse monte de mentiras e bobagens?”.
Por isso tudo, os universitários cristãos precisam estudar a Bíblia. Diante do ataque das vãs filosofias nós precisamos estar preparados para refutá-las e pregar com sabedoria o evangelho. “Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2Co 10.5).
“Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1Pd 3.15). Na universidade, quando alguém te perguntar: “Por que você é crente? Quem é Jesus para você?”, não bastar responder: “Jesus é tudo para mim!”. Precisamos ter conteúdo, precisamos argumentar, precisamos explicar as razões da nossa fé.
Não se pode defender uma fé que não se conhece. Por isso é preciso estudar a Bíblia com dedicação. Além disso, é necessário ler livros de grandes autores cristãos.
Se existe um Richard Dawkins para pregar o ateísmo, existe um C.S. Lewis que era o maior ateu convicto de seu tempo, se converteu a Cristo e se tornou o “apóstolo dos céticos”.
Há vários intelectuais cristãos de peso e renome internacional na atualidade que pregam o evangelho energicamente. Temos na nossa artilharia R.C. Sproul, Ravi Zacharias, Josh McDowell, Norman Geisler, e no Brasil homens como o Dr. Augustus Nicodemus Lopes.
Por exemplo, o Dr. William Lane Craig, filósofo e poderoso debatedor, tem torcido o cérebro de uma infinidade de ateus em suas palestras. Ele é autor de vários livros incluindo “A veracidade da fé cristã” e “Filosofia e cosmovisão cristã”.
Outro fuzileiro do céu é o ex-ateu Alister McGrath, professor de teologia histórica da Universidade de Oxford. Ele possui doutorados em biofísica molecular e em teologia pela Oxford. Seu último livro chama-se “O delírio de Dawkins”, onde ele refuta as divagações tolas de Dawkins.
Neste livro Alister revela sua perplexidade pela guinada irracional de seu colega de Oxford, não tanto pelo ateísmo em si, mas pela absoluta inconsistência de seus argumentos, aliados à intolerância desmedida.
Francis Collins, diretor do Projeto Genoma, comenta sobre o livro: “Alister desmantela o argumento de que a ciência deve levar ao ateísmo. McGrath demonstra como Richard Dawkins abandonou sua usual racionalidade para abraçar o amargo e dogmático manifesto do ateísmo fundamentalista”. O próprio Collins também escreveu o livro “A linguagem de Deus”, onde apresenta evidências da existência de Deus.

2) Qual você acha que é o principal desafio do jovem cristão na Universidade atualmente?
Creio que são as pressões sexuais. Recentemente foram distribuídos na porta da minha faculdade convites que dão 40% de desconto num motel. A pornografia é uma das marcas da nossa sociedade decadente. O homossexualismo tem sido louvado.
Uma noite, quando acabou minha aula, eu esperava a chuva passar para ir embora. Uma moça extremamente linda da minha sala se aproximou, pôs a mão no meu peito e me chamou para deitar com ela. Eu disse que não ia e ela insistiu. Pôs as mãos nos meus ombros e me convidou para ir para a casa dela, que era na frente da faculdade. Era o próprio Diabo dando de cima de mim.
Os universitários cristãos também têm que enfrentar o desafio das festas e ambientes promíscuos. Eu recebo mais de 300 convites por ano, para participar de calouradas, shows, forró, axé, bares, tequilada, vinhada, cervejada, choppada e inúmeras festinhas. Isso inclui festas para gays e lésbicas, festas para sado-masoquistas e também festas góticas e satanistas. Fui convidado para o “Satanic Metal Fest”, um show de bandas satanistas de rock pesado promovido pelo diretório acadêmico de Engenharia da UFMG. O flyer desta festa tinha uma mulher pelada, e a seguinte frase; “exorcizando o Espírito Santo”, além de “cachaça liberada até às 10h”. Várias dessas festas são verdadeiras orgias depravadas regadas a muito álcool.
E entre tantos outros desafios que poderíamos citar, há também as ofertas de drogas. Na universidade existe o acesso fácil a todo tipo de drogas. No prédio de filosofia da PUC, uma amiga minha estava na sala quando o professor teve que encerrar a aula, porque um grupo de alunos na sala debaixo, estava fumando muita maconha e muita fumaça estava subindo para a sala dela.

3) Fale-me um pouco sobre a sua experiência como estudante de direito e cristão? Como é sua relação com os professores e com os amigos?
Existem três atitudes que os cristãos tomam na universidade:
Primeiro, uma grande parte está se desviando do evangelho. Muitos jovens estão sucumbindo diante das pressões. Estão caindo na imoralidade, nos vícios, nas filosofias malignas. São cristãos rasos, facilmente influenciáveis, sem um relacionamento fiel com Deus.
Pessoas assim pisam na graça de Deus e escarnecem da cruz de Cristo. A Bíblia é dura com eles: 2Pd 2.20-22. Deus chama os desviados de cães e porcos.
Em segundo, outra parte dos universitários cristãos se isola por completo. São aqueles que não cometem nenhum pecado, mas também não pregam e não fazem a diferença. Ficam encastelados e não se relacionam. Jesus chamou essas pessoas de sal insípido, que “não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens” (Mt 5.13).
Eu sempre convidei um moço da nossa igreja para participar das nossas reuniões evangelísticas no campus e ele nunca deu atenção. Na última vez que o convidei ele retrucou grosseiramente: “Olha, eu não posso participar dessas reuniões porque prejudica meu estudo! Estou aqui para estudar!”. É muito triste saber que existem cristãos dessa espécie.
Qual deve então ser a postura correta do cristão na universidade?
Nós precisamos testemunhar poderosamente o evangelho. É assim que eu procuro agir e me relacionar com colegas e professores. Nosso Deus é um Deus que envia. Ele enviou os profetas, depois enviou seu Filho. Seu Filho enviou os discípulos, depois os setenta, depois enviou toda a igreja. Deus então enviou seu Espírito. Hoje o Senhor nos envia à universidade para realizarmos sua obra. Nossa fé é uma fé missionária, como diz John Stott.
Precisamos abrir os olhos. Jesus disse: “Abram os olhos e vejam os campos!”. Vamos abrir os olhos e ver os campus universitários. O Brasil possuí quatro milhões de estudantes universitários. Há uma nação a ser evangelizada!
Precisamos pregar com urgência. Os campos “estão maduros para a colheita”. A imagem da colheita é usada com freqüência na Bíblia e se aplica ao ministério de ganhar almas. Vemos isso, por exemplo, na Parábola do Joio e na Parábola do Semeador.
Os campos estão prontos, precisamos pregar. Nossa oração deve ser a oração que Billy Graham fez no início de seu ministério: “Se o Senhor não salvar pessoas através de mim, deixe-me morrer. Eu não quero viver”. Nossa oração deve ser “Senhor! Dá-me esse campus!”.

4) E a sua experiência como pastor de universitários? Conte-me um pouco sobre isso? Como funcionam essas aulas? Quais as principais discussões trazidas pelos alunos?
O departamento de apoio aos universitários da minha igreja promove seminários, debates, retiros, e palestras focadas em temas relevantes para os universitários cristãos. Nossa atividade central é uma reunião semanal onde reunimos os líderes de clubes cristãos das universidades de Belo Horizonte. Nesta reunião realizamos uma palestra seguida de uma discussão. Abordamos temas como: As pressões sexuais na universidade; Cristianismo e pós-modernismo; Cristianismo e política; Cristianismo e meio-ambiente; Características da sociedade hedonista; Como evangelizar numa sociedade pluralista; O evangelho e o homossexualismo; Evidências da existência de Deus entre muitos outros.

5) Há quanto tempo existe essa iniciativa de ter um pastor exclusivo para universitários na sua igreja? Qual o resultado disso?
Sou pastor na Igreja Batista Getsêmani em Belo Horizonte. Nosso pastor-presidente Jorge Linhares é um homem de visão. Nossa igreja conta hoje com um corpo de 12 mil membros. Há cerca de dez anos existe um departamento de apoio aos universitários. O resultado são centenas de universitários preparados para testemunhar poderosamente o evangelho, dezenas de clubes cristãos espalhados em toda Grande Belo Horizonte e um número incontável de estudantes que estão sendo impactados pelo glorioso evangelho de Cristo.

6) Gostaria de saber um pouco sobre a sua coordenação de clubes cristãos nas universidades de BH? Como funciona este trabalho e há quanto tempo existe?
Com base na nossa reunião semanal que citei acima, treinamos e damos suporte para todo universitário de nossa igreja que deseje montar e estruturar um grupo. Como contamos com mais de dois mil universitários em nossa igreja, é possível alcançar quase todas universidades de Belo Horizonte. Nosso trabalho não é isolado. Estamos em cooperação com os estudantes ligados à ABU (Aliança Bíblica Universitária), a Igreja Batista da Lagoinha, Igreja Batista Central, Oitava Igreja Presbiteriana, Terceira Igreja Presbiteriana, MPC (Mocidade para Cristo) e várias outras igrejas.

7) O que te despertou para este ministério?
Sou inconformado com o cristianismo medíocre. Não posso deixar de falar do evangelho por onde eu passar. Não posso passar 5 anos na universidade sem cooperar com o Reino. Isso tem me despertado para agir e não viver uma vida cristã de teoria sem prática.

8) Quais as dicas que você daria para jovens cristãos que queiram montar um clube cristão na sua universidade? Por onde começar?
Um clube cristão na universidade é fundamental para o desenvolvimento de amizades cristãs, para o estudo da Palavra, para o estudo apologético, para a oração e para o evangelismo. Portanto, não há nada mais importante do que uma reunião cristã numa universidade. A reunião de um clube cristão é a coisa mais importante da universidade porque Jesus Cristo está presente. Estou escrevendo um livro sobre esse assunto. Não há espaço para falar detalhadamente sobre todo o procedimento para montar um grupo cristão na universidade, mas deixo aqui alguns conselhos:
(1) Disposição: É preciso desprendimento, persistência e perseverança. Quem quer liderar uma reunião num campus universitário precisa ser como uma brasa incandescente. Se o atacarem num rio, tem que sair vapor.
(2) Preparação espiritual: Iniciar um clube cristão em uma universidade é como cutucar um vespeiro. Tudo deve começar com muita oração. Coloque-se na presença do Senhor e suplique por sua bênção. Ore muito.
(3) Contatos: O próximo passo é contatar outros cristãos que você conhece dentro da sua universidade. Caso você não conheça uma única pessoa crente, ou as pessoas que você conhecer não te apoiarem no projeto, não se desespere. Deus vai mandar as pessoas certas no tempo certo. (4) Hora e local: Determine um local e uma hora fixa para a reunião
(5) Início do grupo base: Estabeleça um grupo base, que se reúne regularmente. Comece a reunião, ela precisa vir à existência. Não se importe muito com o local. Não se importe em conseguir autorização para utilizar uma sala. O importante é começar uma reunião: marque um local qualquer (estacionamento, cantina, gramado, árvore, biblioteca, pátio, sala abandonada) e comece a se reunir com o povo num dia determinado e numa hora determinada.
(6) Com o início das reuniões nunca falte!!!! Mesmo que no início não tenha mais ninguém além de você, não deixe de fazer a reunião e nem desanime, naturalmente pessoas serão tocadas e virão.
(7) Quando o clubinho já tiver um número constante de pessoas, construa uma liderança interna. O objetivo dessa liderança é, além de organizar as pessoas, fazer com que tenham um comprometimento com o cubinho, e assim evitem faltar ou mesmo para de ir.
(8) Faça um cadastro dos visitantes para não perder o contato, colocando nome, telefone, curso, e-mail, data de aniversário....
(9) Divulgação: Corra atrás do povo que você não conhece através de cartazes e avisos nas salas.
sala convidando os alunos, ou entregue panfletos na porta da faculdade no
(10) Conteúdo das reuniões: Orem, contem testemunhos pessoais, leiam biografias de heróis da fé, realizem estudos apologéticos, etc.

9) E quem quiser procurar um grupo já formado aqui em São Paulo? Você tem alguma referência para me passar? Achei alguns pela internet, mas quem sabe você me passa algum grupo novo.
Minha sugestão é entrar em contato com a Aliança Bíblica Universitária em São Paulo, eles tem relações completas dos grupos de São Paulo.

10) Você é formado em qual seminário?
Eu sou filho de pastor, neto de pastor e bisneto de pastor. Meu bisavô, Rev. Anísio Pereira do Lago é fundador da 1ªIgreja Presbiteriana Independente de São Caetano do Sul. Toda minha família é absorvida pela vida na igreja. Meu pai é pós-graduado em Teologia e tem me discipulado todos esses anos. Temos uma ampla biblioteca onde tenho lido uma média de 4 a 5 livros teológicos por semana, desde os meus 16 anos. Assim que terminar o curso de Direito no final deste ano planejo meu mestrado em teologia.

11) Por favor, caso queira acrescentar algo que minhas perguntas não tenham abordado, sinta-se à vontade.
Jesus Cristo mudou o rumo da civilização. Jesus não é apenas um dos líderes espirituais da história do mundo. Ele não é apenas um entre os 330 milhões de deuses do hinduísmo. Não é apenas um dos 40 profetas reconhecidos pelo Alcorão. Tampouco ele é “Jesus, o Grande”, na mesma fórmula que você utiliza para referir-se a Napoleão, o Grande, ou a Alexandre, o Grande. Jesus não tem rivais nem sucessores. Como disse John Stott, “Jesus é inigualável. É simplesmente Jesus. Ele é único”.
Tudo que Jesus tocou foi transformado. A educação não escapa desta regra. A universidade é uma herança cristã. As universidades surgiram para promover instrução aos clérigos da igreja. Grandes universidades, como Oxford, Princeton, Cambridge e Yale, surgiram para formar pastores e missionários. A Universidade de Harvard foi fundada com os investimentos do reverendo John Harvard.
No século XVIII, enquanto toda a Inglaterra se diluía na imoralidade, blasfêmia, depravação e todo tipo de pecado, na Universidade de Oxford um grupo de quatro estudantes começou a orar: os irmãos John e Charles Wesley e Robert Kirkham e William Morgan. Pouco a pouco, novos membros, tanto catedráticos como estudantes, reuniram-se a esse primeiro grupo.
Por escárnio, os demais estudantes chamavam o grupo liderado por John Wesley de “Clube dos Santos.
Aqueles jovens se entregaram a Deus e se uniram em ferventes orações para que o quadro moral e espiritual da grande Inglaterra fosse revertido. Estes estudantes pregavam “Jesus Cristo veio ao mundo para salvar pecadores”. Todos os integrantes do Clube Santo faziam o compromisso de orarem no mínimo duas horas por dia, fora a leitura bíblica. Um dos maiores avivamentos irrompeu a partir deste pequeno grupo.
Como afirma John Stott: “os historiadores atribuem à influência de Wesley – muito mais que a qualquer outra coisa – o fato de a Inglaterra ter sido poupada dos horrores de uma revolução sangrenta como a da França”.
Depois do avivamento, a escravidão e o tráfico de escravos foram abolidos, o sistema penitenciário foi humanizado, melhoraram as condições nas fábricas e nas minas, a educação tornou-se acessível ao público, surgiram os sindicatos e assim por diante. Portanto, Deus fez, está fazendo e fará muito mais através de universitários que estiverem dispostos a pregar o Evangelho a este mundo em crise.
Jesus disse: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita” (Mt 9.37-38).
Vamos nos envolver! Chega de ficarmos amedrontados e inoperantes. Quatro milhões de universitários estão maduros para a colheita. Há um grande trabalho a ser realizado e o Senhor está convocando os trabalhadores. Não podemos sucumbir diante dos desafios, tampouco se isolar, mas devemos pregar poderosamente a Palavra de Deus, anunciar a salvação e glorificar a Cristo.