23 janeiro 2006

A matematização do real na ciência moderna

A ciência moderna revoluciona por completo as concepções físicas da Antigüidade. A física de Aristóteles e a confusa física do “impetus" eram incapazes de explicar questões fundamentais na discussão científica daquele período, por exemplo: como era possível um corpo lançado no ar permanecer em movimento no ar?

A física antiga, além de respostas pouco convincentes para o senso comum, não admitia a possibilidade da existência do vácuo. De acordo com Aristóteles, a filosofia não deveria investigar o mundo natural com total precisão porque este é imperfeito, irregular e não–exato. A ciência moderna rompe com todos estes paradigmas ao propor que a análise de situações/fenômenos físicos ideais só pode ser realizada num plano abstrato, também ideal: o vácuo.

Ocorre então uma matematização da natureza que possibilita o surgimento das conclusões universais em relação aos fenômenos físicos. As conseqüências desta mudança são de extremo significado para o espírito humano: Admitir que o homem é capaz de dominar, examinar e prever os fenômenos naturais, significa que o homem podia definir seu próprio destino sem a ajuda de Deus.

Pascal é um dos primeiros pensadores a constatar este movimento no pensamento humano. O novo pensamento científico desde então é: “Estamos sozinhos no universo”. Ocorre a destruição da idéia grega do Cosmo, e o mundo se torna infinito e indefinido.

As conseqüências desastrosas e suicidas da separação entre fé e razão são assunto para outro post.

Finalizo citando John Stott: “Quanto mais os homens reprimem a verdade de Deus que conhecem, mais ‘fúteis’, ou mesmo ‘insensatos’ se tornam no seu pensar. Podem declarar-se sábios, mas são tolos. A mente deles é a ‘mente da carne’, a mentalidade de uma criatura decaída, e é basicamente hostil a Deus e à sua lei. (Efésios 4:18; Romanos 1:18-23; 8:5-8)” [Crer é também pensar, p.15].

3 Comments:

Blogger Fábio Frohwein said...

És um abençoado. Sinto a presença constante de Deus nosso senhor em todos os escritos deste excelente blog. Quando tiveres algum tempo, visita o meu blog e lê um pouco das palavas que Jesus, meu grande Mestre, me inspirou. Amém!

5:56 PM  
Anonymous Anônimo said...

Davi,

É bem verdade o que você disse sobre a departamentalização da fé e da razão (Discurso muito presente no blog da Norma também). "desastrosas e suicidas"

Essa vivência diária que tudo pode ser previsto, as coisas invisíveis só o são por questão de tempo e esse processo de materialização do abstrato (Deus, beleza, fé, valor, ética, espiritualidade e identidade) está transformando os seres humanos em entidades. E que tem como infinito a sua própria finitude.
Bem menos do que realmente somos.
Abração
Rodrigo

6:04 PM  
Blogger Davi Lago said...

1. Legal Rodrigo. A "departamentalização" de fé e razaõ também é criticada por Kuyper e Schaeffer. Vi o grão-mestre do ateísmo José Saramago dizer no Fórum Social Mundial em Porto Alegre que "somos entes subjetivos... a essa altura da minha vida não acredito na objetividade". Ou seja, não entendo mais nada que esse povo diz.. Um abração Rodrigo!

2. Bruno, não entendi sua colocação.
PS: estou baixando as músicas do Baker..

6:13 PM  

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