Participei entre os dias 3 e 8 de janeiro do
Missão 2006 – Congresso Missionário Estudantil promovido pela Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB). O evento foi realizado na belíssima Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.
Este evento foi uma espécie de comemoração pelos 30 anos do Congresso da ABUB de Curitiba 1976, um dos grandes marcos da história da igreja protestante no século XX. Neste congresso de 76 participaram grandes ícones da Igreja de hoje como Russell Shedd, Élben César e Valdir Steuernagel.
Portanto, neste grande encontro de Viçosa, pudemos refletir sobre a atual situação da igreja evangélica em face dos acontecimentos das últimas décadas. Foi analisado o quanto a igreja cresceu, inchou e se deturpou neste período, sendo que em todas as pregações ocorreram críticas ao neo-pentecostalismo (pós-pentecostalismo para Robinson Cavalcanti).
Diante disso tive duas reações:
Primeiro fiquei triste porque algumas pessoas caíram no extremo das críticas destrutivas no congresso. Acabaram caindo num discurso vazio, estéril, improdutivo, repetitivo e irritante. Creio que o caminho não é ficar denunciando o óbvio e fazendo generalizações estúpidas acerca do neo-pentecostalismo. Creio que no momento, nós precisamos mais de sal do que de ácido.
Mas por outro lado, foi justamente por comportar todas essas controvérsias que o congresso foi um marco importante neste início de século. Ele refletiu bem a situação do nosso tempo: a igreja evangélica brasileira tem crescido assustadoramente e hoje está presente em toda sociedade. No entanto, esse crescimento é desordenado e os cristãos sérios estão cansados com a falta de rumo político, a irrelevância da igreja em relação à temas urgentes como a AIDS, aos abusos da teologia da prosperidade, teologia da saúde, etc. Esses cristãos estão revoltados e já não gostam de ser chamados de “evangélicos” e sim de “protestantes”, estão confusos e perplexos diante desta situação.
O congresso também foi muito rico e produtivo graças a diversidade do público e dos temas discutidos. Foram 1000 congressistas de 130 cidades e 17 países diferentes. Havia brasileiros de todas as partes do Brasil e gente da Noruega, Pais de Gales, EUA, Inglaterra, Bélgica, Portugal, República Dominicana, Moçambique, Argentina, Peru, Chile, Uruguai, etc.
Foi muito valoroso o convívio e o diálogo com esses cristãos vindos de todas as partes. Ali todos nós pudemos firmar grandes amizades.
Todos os temas do mundo atual foram debatidos: panorama das missões, o cristão e a ecologia, sexualidade, mercado de trabalho, pós-modernidade, drogas, movimento estudantil, eleições 2006, copa na Alemanha, cinema, evangelismo urbano, racismo, etc. A programação foi estrondosa: seminários, palestras, bate papo com professores, mesas de debate, teatro, música de todos estilos, oficinas, passeio ecológico, exposições, estudos em grupos, etc.
Sem dúvida foram dias especiais onde cada congressista foi desafiado a reavaliar o tipo de cristianismo que está vivendo. Tivemos o privilégio de participar de momentos marcantes como a ceia final, onde todos nós, cristãos de todas as denominações e de todas as partes do Brasil e do mundo, lembramos juntos do sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade. Oramos, ceiamos, louvamos o nome do Senhor e nos abraçamos em lágrimas. Foram momentos emocionantes e inesquecíveis. Ali, tivemos um vislumbre da plenitude dos tempos, quando todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor. Esse é o caminho! Olhar para Jesus e nos humilharmos diante do seu poder! Deus nos abençoe.
Abaixo seguem ainda mais 3 notas sobre este congresso que será um marco na história recente do protestantismo brasileiro, assim como foi o congresso de 1976:
1. O Congresso Missionário Estudantil
Missão 2006: Esperança Viva em Jesus contou com o apoio de mais de 30 instituições missionárias (e afins) como a JUVEP, Asas de Socorro, Vencedores por Cristo, JOCUM, Caverna de Adulão, Editora Ultimato, Mocidade para Cristo, Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, Rocha Brasil, FALE, Movimento Evangélico Progressista, Movimento Evangélico Negro, Professores Cristãos/IAPCHE e Visão Mundial. Tudo isso além dos congressistas que representavam centenas de igrejas de todo mundo.
2. Entre os palestrantes estavam: a
Ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que contou sobre sua dramática conversão ao cristianismo na década de 90; a Secretária de Políticas Públicas para Juventude
Regina Novaes, renomada antropóloga da UFRJ, que falou sobre as características dos jovens brasileiros de hoje;
Ariovaldo Ramos que fez uma poderosa exposição sobre a salvação;
Lindsay Brown, doutor pela Universidade de Oxford e secretário-geral da CIEE (Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos);
Dario Lopez falou sobre missão e sociedade;
Rev. Élben César, fundador da Editora Ultimato, que dirigiu uma ceia memorável e
Robinson Cavalcanti, que falou sobre política. Também participaram o reitor da UFV e o prefeito da cidade, bem como, muitos outros líderes eminentes, políticos, pastores e vários professores universitários cristãos das principais universidades brasileiras.
3. O tema do congresso foi a Primeira Carta de Pedro. Discutimos sobre o que significa ser um peregrino neste mundo. Falamos sobre a Esperança Viva que temos em Jesus, mesmo em meio aos sofrimentos da vida.
Veja toda as informações sobre o Missão 2006 no blog do Congresso
http://abub.blogspot.com/, no website do Congresso
www.abub.org.br/missao2006 e no site da ABUB
www.abub.org.br. Para ver fotos do congresso veja
http://pg.photos.yahoo.com/ph/thais_junqueira/my_photos.
[Um grande abraço para meus amigos: Adriana de Belém, Danilo de Salvador, Fred de Barroso, Daniel e André de Natal, Herberth de Vitória, Gustavo de Goiânia, Vitor de Valadares, Marcos de Manaus, Cláudia e Mane do Chile, Azevedo e Noah de Moçambique, para toda galera da caravana de BH, para o Johnny, Rebeca, Natália, Fred, André, Thais, Talita, Queilinha, Elisa, Davi Chang, Mutz e para Cecília Zandrino de Córdoba, Argentina].