O vazio crônico
Nossa geração sofre de vazio crônico. Os jovens destilam futilidade, indiferença, hedonismo e ignorância. São absolutamente desinteressados com tudo que não traga prazer instantâneo e descartável.
Há um vazio ideológico. Veja o Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da USP. A chapa “Escória” venceu as eleições. A proposta é "mais festas para os alunos". Há um vazio de utopias, foi o que Saramago afirmou no Fórum Mundial em Porto Alegre. Vi o Arnaldo Jabor dizer: "Na minha época os garotos safados diziam às garotas, 'nosso amor faz parte da revolução', 'nosso amor é contra o capitalismo', hoje infelizmente os jovens não querem saber de nada, querem o prazer pelo prazer, acabou o romantismo, acabou a ideologia".
Há um vazio artístico. Como havia previsto Adorno nossa cultura foi brutalmente massificada. As músicas mais ouvidas pelos estudantes universitários são funk, forró, axé e esse tipo de coisa. Como escreveu o Luis Fernando Veríssimo sobre a cultura de sua filha: "Minha menina hoje em dia, conversa sobre a 'obra' de Brad Pitt".
Há um vazio gritante de referências. “Meus heróis morreram de overdose” cantava Cazuza - que depois de toda sua libertinagem, morreu de aids. Ronaldo casa com Daniela e depois se separam como quem troca de roupa. Faltam referências, falta gente de conteúdo, faltam exemplos, faltam ícones sadios.
Há um vazio de tudo.
Este vazio crônico tem levado as pessoas a cometerem atitudes loucas. Crianças de 13 e 14 anos já estão se drogando em festinhas de aniversário. A nova moda é o "extreme body modification": os adolescentes colocam piercings no ânus, deforman seus orgãos genitais, fazem implantação de chifres na cabeça, partem a língua em duas.
Apenas nesse primeiro mês de aula, já recebi mais de 50 convites para festinhas, barzinhos, baladas e showzinhos. É um superávit de baladas. Os jovens não podem parar quietos nunca. Os jovens querem estar o tempo todo em movimento, caso contrário a dor do vazio crônico no peito começa latejar.
Ninguém para pra pensar "Afinal, por que estou aqui?". É impressionante como o povo vai vivendo dia após dia totalmente desorientado, sem objetivos, sem alvo, sem convições. Não é à toa que a cada 40 segundos alguém comete suicídio no mundo (segundo dados da OMS).
Vejo todo este vazio como reflexo de uma sociedade incrédula e sem Deus. Como disse Dostoievski: “Há no homem um vazio do tamanho de Deus”. Sem Deus só há vazio, essa é a realidade.
Há um vazio ideológico. Veja o Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da USP. A chapa “Escória” venceu as eleições. A proposta é "mais festas para os alunos". Há um vazio de utopias, foi o que Saramago afirmou no Fórum Mundial em Porto Alegre. Vi o Arnaldo Jabor dizer: "Na minha época os garotos safados diziam às garotas, 'nosso amor faz parte da revolução', 'nosso amor é contra o capitalismo', hoje infelizmente os jovens não querem saber de nada, querem o prazer pelo prazer, acabou o romantismo, acabou a ideologia".
Há um vazio artístico. Como havia previsto Adorno nossa cultura foi brutalmente massificada. As músicas mais ouvidas pelos estudantes universitários são funk, forró, axé e esse tipo de coisa. Como escreveu o Luis Fernando Veríssimo sobre a cultura de sua filha: "Minha menina hoje em dia, conversa sobre a 'obra' de Brad Pitt".
Há um vazio gritante de referências. “Meus heróis morreram de overdose” cantava Cazuza - que depois de toda sua libertinagem, morreu de aids. Ronaldo casa com Daniela e depois se separam como quem troca de roupa. Faltam referências, falta gente de conteúdo, faltam exemplos, faltam ícones sadios.
Há um vazio de tudo.
Este vazio crônico tem levado as pessoas a cometerem atitudes loucas. Crianças de 13 e 14 anos já estão se drogando em festinhas de aniversário. A nova moda é o "extreme body modification": os adolescentes colocam piercings no ânus, deforman seus orgãos genitais, fazem implantação de chifres na cabeça, partem a língua em duas.
Apenas nesse primeiro mês de aula, já recebi mais de 50 convites para festinhas, barzinhos, baladas e showzinhos. É um superávit de baladas. Os jovens não podem parar quietos nunca. Os jovens querem estar o tempo todo em movimento, caso contrário a dor do vazio crônico no peito começa latejar.
Ninguém para pra pensar "Afinal, por que estou aqui?". É impressionante como o povo vai vivendo dia após dia totalmente desorientado, sem objetivos, sem alvo, sem convições. Não é à toa que a cada 40 segundos alguém comete suicídio no mundo (segundo dados da OMS).
Vejo todo este vazio como reflexo de uma sociedade incrédula e sem Deus. Como disse Dostoievski: “Há no homem um vazio do tamanho de Deus”. Sem Deus só há vazio, essa é a realidade.